terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Menssagem de Leila, ex vitima.

Amar alguém é viver um exercício constante de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa. Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer. Só dê ouvidos a quem te ama, repito. Cuidado com as acusações de quem não te conhece. Não coloque sua atenção em frases que te acusam injustamente. Há muitos que seguem feridos pela vida porque não souberam esquecer os insultos maldosos. Prenderam a atenção nas palavras agressivas e acreditaram no conteúdo mentiroso delas. Há muitos que carregam o fardo permanente da irrealização porque não se tornaram capazes de esquecer a palavra maldita, o insulto agressor. Por isso repito: só dê ouvidos a quem te ama. Não se ocupe demais com as opiniões de pessoas estranhas. Só a cumplicidade e conhecimento mútuo pode autorizar alguém a dizer alguma coisa a respeito do outro. Ando pensando no poder das palavras. Há palavras que bendizem, outras que maldizem. Há mais beleza em construir que destruir. Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo. Mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre vc revela.A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos. Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos. Sô dê ouvidos a quem te ama.

Mais Informações sobre essa "maldição"

Os indivíduos com traços psicopáticos são pessoas que agem somente em benefício próprio, não importando os meios utilizados para alcançar seus objetivos. Além disso, são desprovidos do sentimento de culpa e dificilmente estabelecem laços afetivos com alguma pessoa – quando o fazem é por puro interesse..
Usando uma metáfora podem ser chamados de “camaleão”. Pessoa com habilidade de mudar de atitudes, adaptando-se, em cada caso, a mais vantajosa.
Por que o camaleão é uma boa metáfora para o psicopata? Porque o conceito de réptil sáurio nos descreve o mais essencial desse personalidade: sua capacidade de evitar emoções humanas mais genuínas e ergue-se como uma metáfora do mal. Dessa forma a ausência de qualquer preocupação com o bem estar dos outros, a crueldade e a insensibilidade emocional poder ser considerados como próprios de uma “estado reptiliano”. O psicopata, dessa forma, converte-se no mais perfeito predador da própria espécie.
Ora, acima de tudo a psicopatia, é uma condição relacional, cuja ruptura com os códigos morais constitui suas características mais distintivas: na vida cotidiana do psicopata estão ausentes as mínimas habilidades que lhe permitem estabelecer uma relação sincera, previsível e plenamente humana.
A expressão mais violenta da psicopatia é a conduta criminosa: os delitos mais cruéis na maioria das vezes são cometidos por sujeitos psicopatas. No entanto, a maior parte desse grupo não é formada por delinqüentes ou por indivíduos que delinqüem com suficiente intensidade ou freqüência para serem capturados ou processados. Trata-se de pessoas que, graças a seus “encantos pessoais”, enganam, manipulam e arruínam as finanças e as vidas de todos aqueles que têm a má sorte ou a imprudência de se associarem, pessoal ou profissionalmente, a eles.
As pessoas biologicamente predispostas à psicopatia exibem uma conduta extremamente cruel e criminosa em muitos ou na maioria de seus comportamentos.
Dessa forma pode-se afirmar que:

1. Muitos comportamentos que atualmente qualificam-se de “incompreensíveis” são obras de psicopatas. Vou tentar neste texto explicar quem são eles e porque fazem o que fazem.

2. Os psicopatas criminais são muitos perigosos. Constituem os delinqüentes mais violentos e estão presentes em muitos casos de agressões de mulheres e crianças, assassinatos em série, violações sistemáticas e multirreincidentes. É preciso dispor-se a identificá-los e a fazer um esforço para que recebam atenção adequada.

3. Muitas outras pessoas são psicopatas e não se dedicam ao crime. Podem viver em nosso prédio, ser nosso marido, esposa ou amante, nosso filho, nosso colega de trabalho, um político, um pastor, um padre... É vital compreender isso, enxergar a magnitude do problema.

4. Os psicopatas que não são delinqüentes habituais adaptam-se a muitas circunstâncias, se acamuflam, manipulam, depreciam nossas instituições públicas, abalam nossa confiança nas pessoas e são capazes de nos levar ao inferno em vida. Estão especialmente preparados para desprezar as necessidades dos demais e são capazes de machucar e maltratar sem piedade; por isso, constituem um dos maiores desafios à humanidade no século XXI.

5. Esse sujeito nos apresenta uma imagem de pessoa preocupada consigo mesma, cruel e sem remorsos, com uma carência profunda de empatia e incapaz de formar relações cálidas com os demais, uma pessoa que se comporta sem as restrições que impõe a consciência. O que se destaca nesse sujeito é a ausência das qualidades essenciais que permitem aos seres humanos viver em sociedade.

6. Há uma predisposição à psicopatia. Parece difícil contestar essa opinião com dados científicos que temos até agora. Por isso é fundamental lembrar que o meio social que construímos para viver juntamente com os nossos filhos pode ser de vital importância para inibir de forma relevante esse fenômeno, ou para fomentá-lo e gerar o que alguns autores chamam de “uma sociedade psicopática’”.

À luz das definições acima percebemos que há pessoas que sofrem da mesma doença de alguns assassinos em série e também de certos políticos, lideres religiosos e executivos. São “assassinos”, não como o maníaco do parque ou Jack “o estripador”. Mas todos sofrem do mesmo problema: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem pegos, além de inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Diria que o psicopata é um predador da própria espécie.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Mais uma vitima.

Já seria triste se não fosse trágico: ouvir por aí ou ler, nos comentários as críticas que vêm sendo feitas a Eliza Samudio. O que ela fez ou deixou de fazer para trabalhar não interessa a ninguém: se foi atriz pornô, se fez sexo por dinheiro... alguém aí tem alguma coisa a ver com isso?

Se é absurdo um homem dizer que Eliza fez por merecer, é tristíssimo ver mulheres que também a apedrejam e chegam a presumir o quanto “aquele rapaz deve ter sido perseguido por ela”, dando a entender que a vilã teve mesmo o que mereceu.

Eliza Samudio estava longe de ser santa, eu sei. Mas nós também estamos.
E o caso é que, se é que sonhou mesmo em faturar uma boa pensão alimentícia, até onde se sabe ela não foi suspeita de sequestrar nem de assassinar ninguém... como se vê, sua fama poderia ter sido bem pior, mas não chegou nem perto disso. No entanto, não é pequena a fração da opinião feminina que se volta contra ela, a pecadora, oportunista, aproveitadora. Até parece que não há por aí mocinhas que sonham com uma boa pensão alimentícia... com filho ou sem. Até mesmo atrizes de grandes emissoras estão neste rol, mas a estas ninguém chama "Maria Chuteira".

Triste demais constatar que as próprias mulheres jogam suas pás de cal sobre o machismo e a violência que se abate sobre suas iguais, para defender gente como o playboy Doca Street, que assassinou Ângela Diniz, nos anos 70: eu era muito nova quando ele foi julgado, mas me lembro da indignação da minha mãe e das minhas tias, ao ver, na televisão, manifestações femininas a favor de Doca. O argumento delas? Ele era bonito, ao passo que Ângela era uma “devoradora de homens” cuja vida não valia nada.

O desprezo que o gênero feminino parece alimentar por si mesmo tem raízes culturais: na Antiga Grécia, evoluída em relação aos bárbaros da época, uma das versões para a história de Medusa, conta que ela era uma bela e virgem sacerdotisa de Atena, deusa da sabedoria e da guerra, e foi estuprada por Poseidon, sendo, por isso, transformada em monstro justamente por aquela que deveria tê-la protegido: a própria Atena, furiosa, que a considerou culpada da violência que sofreu! Segundo o poeta e formador de opinião Ovídio, a punição teria sido “justa” e “merecida”...

É de se lamentar que este mundo, tão difícil para a mulher, seja, em parte, resultado das ações dela própria, que cria seus varões sem ensiná-los a respeitar e a valorizar tudo o que seja feminino. Ao contrário: criam misóginos que vêem a mulher como “mal necessário”, serviçal ou objeto sexual, cuja vida não tem valor algum.

“Prendam suas cabritas porque o meu bodinho está solto”, dizem as mães dos rapazinhos, cheias de orgulho. Já as meninas, que tristeza... dançam o “Tchan” cada vez mais novas e são incentivadas a acreditar que é melhor desenvolver os glúteos, em vez de investir na inteligência. Quando crescem, são incapazes de se dar valor, porque aprenderam que não valem mesmo nada.



terça-feira, 1 de junho de 2010

Cartilha da Psicopatia.

Site da Maria: (ja desativado)
Meu Namorado Psicopata.

Encontrei uma área no site da clínica psiquiátrica Medicina do Comportamento dedicada a perguntas e respostas sobre psicopatas. É uma boa introdução ao tema, verdadeira cartilha da psicopatia! Confiram:

1) Qual é a definição de psicopata?

Psicopata é o indivíduo que apresenta um Transtorno de Personalidade, que se caracteriza por total ausência de sentimento de culpa, arrependimento ou remorso pelo que faz de errado; falta de empatia com outro e emoções de forma geral (amor, tristeza, medo, compaixão etc.). Os psicopatas são frios e calculistas, mentirosos contumazes, egocêntricos, megalômanos, parasitas, manipuladores, impulsivos, inescrupulosos, irresponsáveis, transgressores de regras sociais, muitos são violentos e só visam o interesse próprio. Eles estão infiltrados em todos os meios sociais, credo, sexo, cultura e são capazes de passar por cima de qualquer pessoa apenas para satisfazer seus sórdidos interesses. Podemos dizer que são verdadeiros “predadores sociais”, almejam somente o poder, status e diversão e usam as pessoas apenas como troféus ou peças do seu jogo cruel.

2) Psicopata é qualquer maluco ou louco?

Não. É muito comum as pessoas associarem psicopatia com loucura, mas isso é uma idéia equivocada. “Loucura” é o que a medicina denomina surto psicótico (alucinações ou delírios), como ocorre com os portadores de esquizofrenia, por exemplo. Os esquizofrênicos vivem numa “realidade paralela”, fora de si ou em ruptura com o “mundo verdadeiro”, e, exatamente por isso, não têm noção do que fazem. Já os psicopatas sabem exatamente o que estão fazendo, que estão infringindo regras sociais, e que a vítima está sofrendo com suas atitudes maquiavélicas, imorais e antiéticas. Isso porque os psicopatas não apresentam problema algum de ordem cognitiva ou deficiência de raciocínio. A deficiência deles está no campo das emoções: aquilo que nos vincula afetivamente com o outro ou com todas as coisas do universo.

3) Todo psicopata é um serial killer?

Isso também é um grande equívoco. Somente uma pequena parcela dos psicopatas é serial killer ou assassino em série. A maioria sequer matou uma pessoa ou até mesmo apresenta uma aparência perversa. Para entender isso, é preciso ter em mente que existem níveis variados de psicopatia: leve, moderada e severa. O psicopata leve (a maioria) é aquele que vive de golpes, roubos, fraudes, estelionatos, que engorda ilicitamente suas contas bancárias com o dinheiro público etc. Esses tipos estão disfarçados de líderes religiosos, bons políticos, executivos bem sucedidos, bons amigos, bons amantes… Eles podem arruinar empresas, destruir lares, dar “rasteiras” nos colegas de trabalho, se promover à custa dos outros, mas não sujam suas mãos de sangue. Geralmente são charmosos, sedutores, inteligentes, aparentam ser pessoas “do bem”, possuem grande poder de persuasão e habilidade para enganar quem quer que seja. Estão do lado de fora das grades, convivendo com todos nós, sem levantar suspeitas de quem realmente são. Outros, de fato, são assassinos ou até serial killers e matam tal qual feras predadoras. Porém, qualquer que seja o nível de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição por onde passam.

4) Como reconhecer um psicopata e se proteger?

Reconhecer um psicopata não é uma tarefa tão fácil como se possa imaginar. Até porque, como já dito, a maioria não tem aparência de mau ou descuidada, tampouco possuem uma estrela na testa que possa identificá-los. Até os profissionais da área médica e psicológica podem ser facilmente enganados por eles, uma vez que os psicopatas representam muitíssimo bem. São os verdadeiros atores da vida real. Mas ter cautela é sempre importante quando não se conhece alguém ainda muito bem. Checar seus hábitos, saber um pouco do seu passado, ficar atento ao joguinho “da pena”, “do coitadinho” (todos fazem isso num determinado momento). Eles são muito habilidosos em usar da nossa boa fé. Sem querer ser pessimista, somente realista, antes de reconhecer um psicopata precisamos entender que a maldade existe verdadeiramente. A nossa tendência é sempre achar que o outro não é tão ruim assim e que um dia ele vai mudar. Ao identificar um deles ou perceber que há algo de estranho no ar, alguns cuidados são importantes, mas o essencial é tomar distância absoluta e jamais compactuar com alguém dessa natureza.

5) A partir de que idade é possível diagnosticar a psicopatia?

A medicina só pode dar o diagnóstico de psicopatia a partir dos 18 anos. No entanto, ninguém se transforma em psicopata de um dia para o outro. O indivíduo já nasce psicopata. Assim, fica claro que uma criança e um adolescente também apresentam condutas maldosas ou são genuinamente perversos. Isso se percebe nos maus tratos com os irmãos, coleguinhas e animais, nas mentiras recorrentes, roubos de pertences dos outros, transgressões de regras sociais, e especialmente na falta de afeto. Porém, por uma questão de nomenclatura, antes da maioridade o problema é denominado Transtorno da Conduta, antigamente conhecido como delinqüência.

6) Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é basicamente clínico, ou seja, através da observação do comportamento e do histórico de vida do indivíduo. O exame deve ser rigoroso e o profissional estar muito atento, uma vez que os psicopatas são manipuladores e podem se passar por “gente do bem”. Normalmente são os pais que levam seus filhos ao consultório, por não agüentarem mais o seu comportamento desafiador ou transgressor ou por acharem que falharam na educação dos mesmos. Já os adultos dificilmente procuram por um consultório psiquiátrico ou psicológico. Alguns países como o Canadá, Inglaterra, Austrália costumam utilizar na população carcerária um check list denominado escala Hare ou PCL (desenvolvido pelo canadense Robert Hare). Trata-se de um questionário específico com o qual o presidiário pode ser avaliado através de pontuações. É uma das ferramentas mais confiáveis que se tem até o momento para separar o criminoso comum do criminoso psicopata. Outra técnica que só vem corroborar com o diagnóstico da psicopatia é o exame de neuroimagem (ressonância magnética funcional – RMf). Com essa técnica é possível verificar se o indivíduo apresenta “falhas” em determinadas regiões cerebrais e no sistema límbico (estrutura responsável por nossas emoções). Embora seja um exame bastante preciso, atualmente só é utilizado na realização de pesquisas. No entanto, nada impede que o profissional solicite este exame como mais um elemento comprobatório na identificação da psicopatia, em serviços que possuem essa tecnologia.

7) Qual é o tratamento? Tem cura?

Em se tratando de saúde mental, só podemos falar em tratamento para as pessoas que estão em sofrimento e apresentam intenso desconforto emocional, que as impede de manter uma boa qualidade de vida. Por mais bizarro que possa parecer, os psicopatas parecem estar inteiramente satisfeitos consigo mesmos e não apresentam constrangimentos morais ou sofrimentos emocionais como depressão, ansiedade, culpas, baixa auto-estima etc. Assim, não é possível tratar um sofrimento inexistente. No que tange aos medicamentos, nenhum deles, até o momento, se mostrou eficaz no tratamento da psicopatia. Tratar de um psicopata é uma luta inglória, pois não há como mudar sua maneira de ver e sentir o mundo. Psicopatia é um modo de ser. O que o médico e/ou terapeuta podem fazer é dar suporte e oferecer tratamento às vítimas dos psicopatas, uma vez que são elas que verdadeiramente sofrem.

8) A legislação brasileira está atualizada no que diz respeito à punição dos psicopatas?

O problema do Brasil é que ele agrupa os psicopatas e os doentes mentais na mesma legislação. No entanto, a psicopatia não se enquadra nas doenças mentais padronizadas: não são débeis, tampouco apresentam sofrimento emocional. A psicopatia, por ser um transtorno de personalidade, cujas “falhas” cerebrais estão no campo dos afetos, tem como resultado um indivíduo cujo “modo de ser” se limita a condutas anti-sociais com enorme potencial destrutivo. Se um criminoso psicopata for condenado e caso ele não receba esse diagnóstico, cumpre prisão como qualquer outro presidiário comum e se mistura em celas dos criminosos recuperáveis. Quando esse indivíduo sair da cadeia, a sociedade corre os mesmos riscos de antes, uma vez que os psicopatas não aprendem com os erros passados, com qualquer punição ou método de ressocialização. Se este mesmo indivíduo for diagnosticado como psicopata, pela legislação ele é considerado um doente mental e se beneficia de um tratamento psiquiátrico em manicômio judiciário. Como não há cura, teoricamente ele deveria ficar por lá pelo resto da vida, mas sabemos que enganos acontecem e ele pode receber alta de uma hora para outra.

9) Como é o cenário em outros países?

Em países como o Canadá, Inglaterra, Austrália e em alguns estados dos EUA, onde se aplica a escala Hare (check list para psicopatia), o psicopata cumpre penas bem mais rigorosas: prisão perpétua em celas específicas com isolamento.

10) O percentual de homens psicopatas é maior? Existe uma razão para isso?

Pelas estatísticas oficiais sim. São três homens para cada mulher. No entanto, não sabemos se as mulheres não estão sendo subdiagnosticas. Isso porque os homens são naturalmente mais impulsivos e agressivos que as mulheres e podem revelar a psicopatia com mais facilidade e/ou visibilidade. Já as mulheres apresentam uma perversidade mais sutil, camuflada, no campo das intrigas. Mas seja lá como for não existe nenhuma pesquisa que aponte porque existem mais homens psicopatas que mulheres.”

FONTE

Site: htt://meunamoradopsicopata


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Reportagem.

Ana Beatriz Barbosa Silva - “Psicopatas não sentem compaixão”
A psiquiatra, autora de Mentes Perigosas, diz que o ato de Lindemberg revela uma personalidade psicopática
Martha Mendonça

O mal existe e não tem cura. É o que afirma a psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva, que acaba de lançar Mentes Perigosas: o Psicopata Mora ao Lado. No livro, ela afirma que psicopatas nascem com um funcionamento cerebral que não permite conexão com os outros seres humanos – e por isso agem sem limites. Ana Beatriz diz ainda que é um equívoco relacionar psicopatas apenas com pessoas capazes de atos violentos ou assassinatos em série. “Eles são 4% da população e podem ser qualquer pessoa: um colega de trabalho, o marido ou um filho”.

ENTREVISTA - ANA BEATRIZ BARBOSA SILVA

André Valentim QUEM É
Carioca, 42 anos, psiquiatra pós-graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

O QUE FAZ
É diretora das clínicas Medicina do Comportamento, no Rio e em São Paulo, onde atende pacientes e supervisiona tratamentos

O QUE PUBLICOU
Mentes Inquietas, Mentes & Manias, Mentes Insaciáveis: Anorexia, Bulimia e Compulsão Alimentar e Mentes com Medo: da Compreensão à Superação

ÉPOCA – O que é um psicopata?
Ana Beatriz Barbosa Silva –
Antes dessa definição, é preciso saber o seguinte: a maldade existe. Nós, latinos, afetivos, passionais, temos dificuldade de admitir que existem pessoas más. Psico quer dizer mente; pathos, doença. Mas o psicopata não é um doente mental da forma como nós o entendemos. O doente mental é o psicótico, que sofre com delírios, alucinações e não tem ciência do que faz. Vive uma realidade paralela. Se matar, terá atenuantes. O psicopata sabe exatamente o que está fazendo. Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção. Ele sabe o que faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no lugar do outro.

ÉPOCA – Qual é a natureza da psicopatia? Os psicopatas nascem assim?
Ana Beatriz –
Os psicopatas nascem com um cérebro diferente. Os seres humanos têm o chamado sistema límbico, a estrutura cerebral responsável por nossas emoções. É uma espécie de central emocional, o coração da mente. Em 2000, dois brasileiros, o neurologista Ricardo Oliveira e o neurorradiologista Jorge Moll, descobriram a prova definitiva dessa diferença da mente psicopata, por meio da chamada ressonância magnética funcional, que mostra como o cérebro funciona de acordo com diferentes atividades. Nesse exame, mostraram imagens boas (belezas naturais, cenas de alegria) e outras chocantes (morte, sangue, violência, crianças maltratadas). Nas pessoas normais, o sistema límbico reagia de forma diversa. Nos psicopatas, não há diferença. O sistema límbico dessas pessoas não funciona. O pôr do sol ou uma criança sendo espancada geram as mesmas reações. Da mesma forma, não há repercussão no corpo. Eles não têm taquicardia, não suam de nervoso. Por isso passam tranqüilamente num detector de mentiras.

ÉPOCA – Há muitos psicopatas no mundo?
Ana Beatriz –
Mais do que se imagina. Cerca de quatro em cada cem pessoas, segundo as estatísticas americanas. Mais homens do que mulheres. Todos têm em comum a ausência do sentimento em relação às outras pessoas. Não conseguem se colocar no lugar do outro, daí agirem de forma fria e sem arrependimentos. O que caracteriza o psicopata não é o nível do crime, mas a forma como ele o comete, a predisposição para planejar e executar sem nenhum sentimento em relação à vítima.

ÉPOCA – Como saber se estamos convivendo com um psicopata?
Ana Beatriz –
Não é tão fácil detectá-los, especialmente quando temos alguma ligação afetiva com eles. Maridos que espancam suas esposas, por exemplo: as estatísticas mostram que 25% são psicopatas, e grande parte delas não aceita a verdade. Mas há algumas características básicas entre eles: falam muito de si mesmos, mentem e não se constrangem quando descobertos, têm postura arrogante e intimidadora por um lado, mas são charmosos e sedutores por outro. Costumam contar histórias tristes, em que são heróis e generosos. Manipulam as pessoas por meio de elogios desmedidos. Se tiver de começar a desconfiar de alguém, desconfie dos bajuladores excessivos. Chefes também podem ser psicopatas – o que costuma se manifestar pelo assédio moral aos funcionários. Um dado interessante é que eles não sentem compaixão, pena, remorso. Mas sabem, cognitivamente, o que é ter esses sentimentos. Daí representarem tão bem – e às vezes exageradamente – a vítima.

ÉPOCA – E a verdadeira vítima quem é?
Ana Beatriz –
Quase sempre pessoas generosas, em especial aquelas que não acreditam no mal e costumam tentar justificar as atitudes de todo mundo.

ÉPOCA – Um assassino pode não ser psicopata e um psicopata pode jamais matar?
Ana Beatriz –
Sim, isso é muito importante. É um equívoco pensar que apenas assassinos seriais são psicopatas, e um dos objetivos de meu livro é justamente este: mostrar que a psicopatia não está ligada apenas ao homicídio. Existem assassinos passionais que jamais matariam novamente. Um exemplo é a mulher que matou o estuprador do filho dela de 4 anos. Ela nada tem de psicopata. Ao contrário, apesar da violência, o crime dela pode ser compreensível para muitas mães. Ao passo que um psicopata pode nunca ter a necessidade de assassinar, resolvendo suas questões matando vidas afetivas e financeiras, prejudicando pessoas de forma irreversível, mas sem matá-las. Na população carcerária, segundo pesquisas feitas no Canadá e nos Estados Unidos, há de 20% a 25% de psicopatas.

ÉPOCA – Seu livro comenta o assassinato da atriz Daniella Perez. É um caso clássico de psicopatia?
Ana Beatriz –
O caso tem características que levam a esse diagnóstico. Guilherme de Pádua premeditou a morte da vítima, a atraiu para o crime e horas depois foi prestar solidariedade à mãe da moça.

ÉPOCA – Como você classificaria Lindemberg Fernandes Alves, que seqüestrou e assassinou a ex-namorada Eloá? Ele seria um psicopata?
Ana Beatriz –
O ato é de uma personalidade psicopática. Ele usou a razão para dominar os reféns e controlar tudo em volta. Atirou na multidão e disse que era o “príncipe do gueto”, “o cara”. Deu entrevistas por telefone, conseguiu que uma das reféns voltasse ao cativeiro. No fim, com a invasão da polícia, não hesitou em atirar nas duas. Ele começou a namorar a Eloá quando ela tinha 12 anos. Certamente a tratava como propriedade, não admitindo perder esse controle.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Saiba com quem esta lidando

Essa importante regra se traduz no "remedio amargo" de aceitar que os psicopatas existem de fato e que eles literalmente não possuem consciência genuina. Ou seja, eles são incapazes de experimentar o amor ou qualquer outro tipo de ligação positiva com outros seres humanos. Eles podem ser encontrados em todos os segmentos da sociedade e existe uma grande chance de você ter um encontro doloroso com um deles. Nunca menosprese o poder destruidor de um psicopata. Todas as pessoas, incluindo os especialistas, podem ser manipuladas e enganadas por eles, mesmo que tenham um conhecimento razoável sobre o assunto.
Por isso, sua melhor defesa é entender e, principalmente, aceitar que existem pessoas com essa natureza: fria e devastadora.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Necessidade de excitação.

Os psicopatas são intolerantes ao tédio ou situações rotineiras. Eles buscam situações que possam mantê-los em um estado permanente de alta excitação. Por isso, apreciam viver no limite, no conhecido "fio da navalha". Nessa busca desenfreada, muitas vezes, envolvem-se em situações ilegais, agressões fisicas, brigas, desacatos a autoridades, direção perigosa, uso de drogas, promiscuidade sexual etc. Frequentemente mudam de residência e emprego na busca de novas situações que os "excitem".
Em função disso. dificilmente iremos encontrar um psicopata exercendo atividades que demandam estabilidade e alta concentração por longos períodos.
Muitos psicopatas procuram nos atos perigosos, proibidos ou ilegais que praticam o suspense e a excitação que esses atos provocam. Para eles, tudo isso não passa de mero prazer e diversão imediatos, sem qualquer outra conotação.
Roberto, um jovem de classe média alta, e mais dois colegas foram pegos em flagante ateando fogo em um mendigo que dormia numa praça da cidade. Na delegacia Roberto declarou que eles estavam voltando de uma festa e resolveram "zoar"com as pessoas que encontrassem na rua. No entanto, ao se depararem com o mendigo roncando no banco da praça, alegaram ter feito apenas uma brincadeira: "A gente só queria se divertir", complementou Roberto. Dois dias depois, ao ser informado de que o mendigo havia falecido, Roberto se limitou a dizer: "Foi Mal".

quarta-feira, 17 de março de 2010

Principais características do Psicopata

De acordo com o DSM-IV-TR2, a caracte­rística essencial do psicopata é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos alheios, que inicia na infância ou começo da adolescên­cia e continua na idade adulta. O referido ma­nual explicita também o fato de que o diagnósti­co para esse transtorno deve levar em consideração a existência de pelo menos três critérios que, de forma sintética, podem ser descritos como um fracasso em conformar-se às normas legais, uma propensão para enga­nar, impulsividade, agressividade, desrespeito pela segurança própria ou alheia, irresponsabi­lidade que pode estar vinculada ao trabalho ou às finanças, bem como uma ausência de remor­so.

De um modo geral, percebe-se que o trans­torno está diretamente vinculado aos padrões comumente aceitos na sociedade em que vive­mos, sendo que é justamente a manifestação de comportamentos, que está em desacordo com esses padrões, que perfaz o tipo de semiologia, que o caracteriza. Uma sintomatolo­gia que pode também ser compreendida pelo fato de vincular-se a uma ausência de ansieda­de e depressão, que costuma estar presente nos demais indivíduos quando do cometimento de atitudes anti-sociais.

A prevalência do psicopata é baixa na popula­ção geral, sendo que as pesquisas apontam uma incidência de 3% em homens e 1 % em mulheres. No que se refere ao seu prognóstico, alguns estudos ressaltam o fato de que o auge do comportamento anti-social costuma ocorrer no final da adolescência e os sintomas mos­tram-se propensos a diminuir com o decorrer da idade3.

Embora uma meta-análise realizada por Salekin1 ressalte o fato de que há consideráveis possibilidades de que se consolidem tratamen­tos eficazes no tocante à manifestação dos sin­tomas, inúmeros autores4,5 concordam com o fato de que os indivíduos portadores do trans­torno são, em geral, pouco responsivos aos diferentes tipos de tratamentos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Depoimento da Mãe de um Psicopata.

Ele mentia muito. Armava um teatro para nos transformar em culpados. Não tinha apego nem responsabilidade. Não evitava falar coisas que deixassem os outros magoados. Nunca pensou que, se fizesse alguma coisa ruim, os pais ficariam bravos. Na escola, ele não obedecia a ordens. Se não queria fazer a lição, não tinha ninguém que o convencesse. A inteligência dele até era acima da média, mas um mês ele tirava 10 em tudo e no outro tirava 0. Dos 3 aos 25 anos, ele rodou comigo por psicólogos. Foi uma busca insana. Começamos a tratar pensando que era hiperatividade, ele tomou antidepressivos e outros remédios. Nada deu certo. Pessoas como o meu filho conseguem manipular psicólogos com facilidade. E os pais se tornam os grandes culpados. Quando descobri o problema, com uma psiquiatra, foi uma luz para mim. Hoje sei que pessoas como ele inventam um mundo na cabeça. É um sofrimento para os pais que convivem com crianças ou com adultos assim. Hoje, temos que vigiá-lo e carregá-lo pela mão para tudo que é canto. Senão, ele rouba coisas ou arma histórias. Fica 3 meses em cada emprego e pára, diz que não está bom. O problema nunca é com ele, sempre os outros é que estão errados. Eu ainda torço para que tenha um remédio, porque viver assim é muito ruim. Se está tudo bem agora, você não sabe qual vai ser a reação daqui a 5 minutos. É como uma bomba relógio, uma panela de pressão que vai explodir. Nunca dá pra saber exatamente o que ele pensa nem para acreditar em alguma coisa que ele promete. Às vezes penso que deveriam criar uma sociedade paralela só para sociopatas, mas uns matariam os outros, com certeza. Para não correr o risco de botar no mundo outra pessoa dessas, convencemos nosso filho a fazer vasectomia. Dói muito dizer que seu filho é um psicopata, mas fazer o quê? Matar você não pode. Tem que ir convivendo na esperança de que um dia a medicina dê conta de casos assim.

(Depoimento de Norma, 50 anos, dona-de-casa do Guarujá (SP), mãe de Guilherme, 28, diagnosticado como psicopata)